Análise

Por que o Athletico perde, e muito, sem Tiago Nunes como técnico no CT do Caju

Por que o Athletico perde, e muito, sem Tiago Nunes como técnico

Por que o Athletico perde, e muito, sem Tiago Nunes como técnico

Tiago Nunes está de malas prontas para se mandar a São Paulo, para dirigir o Corinthians. O apartamento que o técnico ainda ocupa no bairro Portão vai ficar vago. Para 2020, o Athletico precisa encontrar um novo treinador.

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Diante da negativa sobre a renovação, creio que não seja o caso de discutir se o Furacão foi ao limite para mantê-lo. Se a proposta do Timão é, realmente, absurda para os padrões rubro-negros. E nem mesmo se o gaúcho de apenas 39 anos fez bem ao aceitar a missão no instável clube paulista.

Tiago Nunes, agora, é passado no Athletico. E que passado. Em pouco mais de um ano à frente do time, o técnico levantou um campeonato estadual, a Sul-Americana e a Copa do Brasil, estes dois entre os títulos mais importantes da quase centenária história vermelha e preta. É muito.

Os resultados falam por si. E mostram como Nunes, como nenhum outro treinador que passou pelo CT do Caju nos últimos 20 anos, converteu a estrutura do Furacão, talvez a melhor do país, em taças. Nem mesmo Geninho, o outro campeão nacional, chegou perto.

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Não sou do automobilismo, mas uma metáfora em quatro rodas ajuda a explicar. O Athletico não tem uma Ferrari, que o Flamengo consegue comprar com sua fábrica de milhões de reais. Mesmo assim, com um máquina bem menos possante, o Furacão conseguiu deixar outros motores envenenados na poeira.

E quem pisou forte no acelerador da nave rubro-negra foi Nunes. Claro, com os jogadores, a comissão técnica e, evidentemente, contando com o suporte do clube. Com outros, entretanto, o veloz carro do Furacão não batia nem 80 km/h. Pra piorar, em alguns momentos, chegou a fumacear o motor.

Foi assim com uma série de treinadores que, de acordo com o Athletico, viriam apenas para encampar o projeto e fazer uso das melhores condições de trabalho do país. Casemiro Mior, Sérgio Soares, Milton Mendes, Ricardo Drubscy, Juan Ramón Carrasco, Fabiano Soares, Miguel Angel Portugal, entre muitos nomes.

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Como se vê, não basta ter estrutura de ponta. É preciso “capital humano”, para usar agora uma expressão de outro jargão. E Tiago mostrou todas as suas habilidades para conduzir o clube. Não por acaso, o Furacão projetava tê-lo como peça fundamental para 2020.

O gaúcho soube aproveitar as revelações do clube como ninguém, casos de Renan Lodi, Léo Pereira e Bruno Guimarães, entre outros. Equalizou o estilo de jogo proposto por Fernando Diniz e consolidou uma nova identidade que se impõe mesmo longe da Baixada. E, carismático, ainda virou ídolo da torcida.

Resta agora aguardar e ver. Quem virá terá a mesma competência para esticar ao máximo o potencial do Furacão? Conseguirá turbinar a estrutura do CT do Caju? Ou o Athletico voltará a ser um clube com condições de correr a 130 km/h mas que, às vezes, é ultrapassado por Fuscas? Difícil dizer. De certo, que o gaúcho Nunes foi o melhor piloto que o Rubro-Negro já teve.

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