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André Pugliesi
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Símbolo do Boca, Tevez cresceu no temido Fuerte Apache; já fomos ao local

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André Pugliesi
07/05/2019 18:46 - Atualizado: 29/09/2023 23:31
Fotos: Hedson Alves/Gazeta do Povo.
Fotos: Hedson Alves/Gazeta do Povo.

Símbolo do Boca Juniors, o mais popular dos clubes argentinos e adversário do Athletico pela Liberadores, Carlitos Tevez é cria de uma zona perigosa de Buenos Aires — bem, pelos menos para os padrões argentinos. Trata-se do barrio Ejército de los Andes, conhecido por Fuerte Apache.

Comumente associada ao narcotráfico, a região está localizada em Ciudadela, a cerca de meia hora de La Bombonera. Por lá, um moleque atarracado fazia miséria nos campos de terra, os chamado potreros, até ser levado para o All Boys. Do Albo, partiu para o Boca ainda pibe e fez história.

LEIA MAIS: Roteiro infalível para a torcida do Athletico de quem já foi à Bombonera

Em 2011, durante a cobertura da Copa América, baixei no Fuerte Apache ao lado do fotógrafo Hedeson Alves. Abaixo, reproduzo o texto publicado na versão impressa da Gazeta do Povo na oportunidade. E, em seguida, veja uma série de fotos da visita.

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26/6/2011

“Quieren perder la vida”

“Estos son los brasileños que quieren perder la vida”. A frase do policial, ao nos encontrar na antessala da Comissaria 3 de Febrero, era apenas outro alarme para não invadirmos o Fuerte Apache – barrio más peligroso de Buenos Aires, de onde saiu Carlitos Tevez.

“Não quero perder nada”, respondi. “Vas a perder lá cámara…”, rebateu o policial, quando avistou o equipamento do fotógrafo Hedeson Alves. Ao deixarmos o local, perseguindo uma viatura guia, recebemos ainda um “tchauzinho” debochado como se trilhássemos rumo sem volta.

Chegando até a Comissaria d lugar, vimos dezenas de carros  roubados empilhados, cachorros circulando pelos corredores. Aguardamos até a chegada da camionete patrulha do subtenente Ortigoza e do oficial Baez. Assim que soube da missão, a dupla riu desacreditada.

“Usted conoce el Bronx?”, perguntou Ortigoza. Subimos no banco de trás, dividindo o espaço com coletes à prova de balas. Criculando pelas ruelas repletas de lixo, a 20 km/h, entrei na onda dos policiais Hodges e McGavin, do filme “As Cores da Violência”, clássico nas quebradas de Los Angeles. Alguns tipos sinistros, mas, basicamente, região de gente simples, pobre e, certamente, na maioria honesta.

Após percorrermos um legítimo labirinto, paramos próximos de uma cancha. Imediatamente, um assobio alto avisou a presença de polícia na área. Descemos para fotografar o painel de El Apache grafitado na lateral de um dos prédios, antigo abrigo de militares da vila Ejército de los Andes, lá pelos anos 70.

Há uma quantidade considerável de campos de pelada. Um mais tosco que o outro, uma mistura de barro, pedra e areia. O único em boas condições, coberto por grama sintética, é justamente onde Tevez corria atrás da pelota. Não por acaso.

Eis que o rádio da viatura chamou: aviso de arrombamento. Corrermos para o endereço. Ortigoza saltou do carro preparado para sacar a pistola 9 milímetros. Mas à porta da casa casa, um velhinho atendeu. Alarme falso. “Todo dia és lo mismo”, fechou o subtenente.  

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