Opinião

Selfie do casal no gol agônico da Libertadores é retrato definitivo do “soccer business”

Está “gerando buzz” pelas redes sociais. A foto mostra, em primeiro plano, desfocado, Breno Lopes cabeceando no costado de Pará, lance que deu a taça da Libertadores ao Palmeiras diante do Santos. E, ao fundo, parte da arquibancada do Maracanã.

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Eis que algum curioso decidiu buscar os detalhes da imagem, lançando mão do zoom e conseguiu revelar, em todo o seu esplendor, o retrato definitivo do famigerado soccer business. O link abaixo mostra.

Com o jogo mais importante do continente nos estertores, e bola maliciosamente alçada na área por Rony, um casal entendeu que era o momento ideal para sacar uma selfie. Não viram o gol decisivo, mas, ao menos, criaram conteúdo para o Insta.

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É proibido mexer no celular ao longo do jogo? Não é. Cada um faz o que quiser? Sim, claro. Conheço até gente que no estádio não abre mão de repousar o bumbum numa cadeira almofadada e ver o jogo sorvendo um bom Iced Mochaccino.

E não seria problema algum se as praças esportivas não estivessem, com o tempo, se transformando em território apenas para um tipo de torcedor. Se, sob a lorota da “segurança e conforto”, não estivesse em curso amplo plano de elitização.

Escrevi algumas vezes sobre como a Conmebol estava transformando a final da Libertadores, o duelo fundamental do futebol sul-americano, numa imitação meia-sola da decisão da Liga dos Campeões, desprezando a cultura local.

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O resultado está aí. Ficaram para a história os duelos das torcidas, o trunfo das equipes de atuar em seu bunker. São os novos tempos: um jogo para patrocinadores e empolgadinhos, chance para distribuição de cortesias e selfies.

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