André Pugliesi

Samir, o torcedor-cartola e o sonho vivido como pesadelo no Coritiba

Samir Namur

Ao ser eleito, Samir Namur realizou o sonho, fetiche ou, até mesmo, algum tipo de perversão, de parte numerosa dos torcedores de futebol. Sair do cimento da arquibancada para ingressar nos bastidores almofadados do clube do coração.

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Por três anos, trocou a camisa de jogo pela social. Palpitou dos gastos com papel higiênico, passando pelas cores do estádio, avaliou todas as contratações, daquela gema escondida no interior do São Paulo ao medalhão para receber no aeroporto.

Mas de sonho não houve nada. Foram três anos de mandato vividos como um pesadelo. Encerrados de forma melancólica, com o Coritiba no rumo para a Série B. E, agora, Samir se vê, definitivamente, trancafiado numa dimensão paralela.

Vendeu, ou trocou, a alma de torcedor pela de cartola. E, jamais, será novamente um coxa-branca comum, alojado sob a ostentosa marquise das sociais do Couto, escondido atrás da bateria da Império, sob as nuvens e o sol na cabeça no panorâmico terceiro anel.

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Namur agora é ex-presidente, batido pelo eleito Renato Follador. Está na galeria de Frederico Essenfelder, Antônio Couto Pereira, Evangelino Neves e Rogério Portugal Bacellar, seu antecessor. Para o bem ou, como se entende, mais para o mal.

Só Samir pode dizer se valeu a pena. No campo, foram três anos de sofrimento, com o pior deles programado para fevereiro do ano que vem. E nos bastidores, uma gestão financeira que só o tempo se encarregará de provar.

Eu jamais trocaria a arquibancada pelos corredores da cartolagem. O preço pode ser alto demais.

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