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André Pugliesi
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Roteiro infalível para a torcida do Athletico de quem já foi à Bombonera

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André Pugliesi
07/05/2019 00:39 - Atualizado: 29/09/2023 23:31
Eitan ABRAMOVICH/AFP
Eitan ABRAMOVICH/AFP

Os torcedores do Athletico estão eufóricos nas redes sociais registrando os primeiros passos da turnê rumo à Buenos Aires, para o jogo pela Libertadores, na quinta-feira (9). Troca do ingresso para o duelo com o Boca Juniors, embarque no Aeroporto Afonso Pena e mucho más.

Ter a oportunidade de empurrar o clube do coração, in loco, na mítica cancha dos bosteros, é sem dúvida uma oportunidade rara. São esperados cerca de 2 mil rubro-negros lá no alto da bancada azul da calle Brandsen, no bairro da Boca.

LEIA MAIS: Símbolo do Boca, Tevez cresceu no temido Fuerte Apache; já fomos ao local

Todo fã de futebol tem a Bombonera no check list da vida e eu tive o prazer de conhecê-la há pouco mais de um mês, numa partida da Superliga Argentina. Na ocasião, penúltima rodada do certame, o Boca bateu o Banfield por 2 a 0, e eu estava lá com os amigos Felipe e Moacir. Check!

LEIA MAIS: Conheça La 12, a torcida do Boca, a mais perigosa do mundo

E, falo com tranquilidade, o bunker azul y oro é tudo o que dizem. Vamos às dicas:

Chegada e transporte

La Boca não é um bairro distante da região central de Buenos Aires. Fica entre 15 e 20 minutos do Obelisco, por exemplo. No entanto, como em qualquer metrópole, o trânsito é caótico na capital portenha. E como você não vai querer perder absolutamente nada, recomenda-se chegar com antecedência considerável. Vá de Uber que, embora não seja regulamentado, funciona normalmente na cidade. Além de ser mais barato, é mais confiável que o serviço de táxi.

Segurança

A Argentina é um país muito menos violento que o Brasil. Nossos vizinhos têm uma taxa de homicídios na casa de 6 mortes por 100 mil habitantes, enquanto por aqui ultrapassamos 30. Para os padrões de Buenos Aires, no entanto, La Boca é considerado um barrio peligroso. O temor, entretanto, está na possibilidade de ser assaltado, especialmente à noite, e com relação aos malandros que aproveitam o menor descuido para faturar um celular, uma carteira. Assim sendo, o risco é pequeno, mas, claro, nunca é demais ficar ligado.

Turismo nas proximidades

A principal atração turística da Boca é o Caminito. Que é legal, mas, convenhamos, superestimado. O local reproduz as primeiras e precárias moradias da região de imigrantes genoveses (daí vem “xeneizes”, entende?). Mais divertido é perambular pelo bairro, cheio de construções antigas e referências ao azul e amarelo do Boca Juniors.

Torcida do Boca

São incomuns problemas graves entre as torcidas locais na argentina e os forasteiros estrangeiros (o mesmo não se pode dizer entre os hermanos). A polícia, que lá em Buenos Aires é polícia federal, por ser a capital do país, também costuma trabalhar pesado em jogos internacionais. Considerando ainda que não houve incidentes entre atleticanos e torcedores do Boca em Curitiba, é possível afirmar, com alguma segurança, que há pouca chance de incidentes para o duelo de volta. No entanto, você não vai querer dar uma de sabichão e tentar a sorte, não é mesmo? Assim, melhor evitar ostentação e deixar para exibir a camisa do Furacão já no setor para os visitantes.

Alimentação

O choripan sempre foi o tradicional quitute de estádio na Argentina. Até que numa ação higienista, típica do soccer business, o clássico pão com linguiça foi banido das praças esportivas e arredores pelo Gobierno de la Ciudad de Buenos Aires no início de 2019. Sobraram o pancho, um hot dog bem meia boca, e as hamburguesas, também conhecidas por paty, uma marca argentina famosa.

Melhor fazer uma boquinha, sem trocadilho, ou matar um bife de chorizo, num dos excelentes restaurantes das imediações. Como El Obrero, por exemplo, bodegón histórico de La Boca, fundado em 1954, ricamente decorado com temas futebolísticos. Também pelas redondezas, está o excelente Il Matterello, cantina no barrio dos italianos daquelas em que parece que a qualquer momento algum mafioso vai invadir atirando.

La Bombonera

Com o Furacão já classificado, a torcida do Athletico poderá curtir a Bombonera numa boa — o que vier em campo é lucro e, evidentemente, uma vitória será histórica. Em todo o caso, como se diz na Argentina, “el fútbol es dinamico”, e mais do que esperar por um bom resultado, o lance é aproveitar tudo o que a cancha azul y oro oferece.

Se você tiver tempo, não perca o Museo de la Passión Boquense, uma viagem pela vitoriosa história do campeoníssimo Boca Juniors, atração de recursos já um tanto antiquados, mas que capta bem a vibrante trajetória xeneize. É possível fazer também uma visita pelos bastidores da Bombonera, com o estádio tour. Imperdível e de preço razoável, na faixa dos R$ 50.

E, mais do que tudo, vale curtir uma cancha de atmosfera única. Dos estádios com a arquibancada mais próxima ao gramado, além da arquitetura vertiginosa, a praça esportiva Alberto J. Armando pulsa no ritmo da enlouquecida torcida do Boca.

Do lado oposto do setor visitante, estará a La Doce, a temida barra-brava, principal franquia de violência e grana ligada ao futebol da América do Sul. É a banda posicionada na segunda bandeja de la Casa Amarilla que dita o ritmo dos cânticos, mas você verá que o estádio inteiro alenta o Boca.

E para quem quer conhecer mais profundamente as origens da principal torcida organizada do país, recomendo ainda uma visita ao El Museo de Quique, logo em frente da Bombonera. A atração conta os primórdios de La Doce, impulsionada por Quique, El Carnicero, um dos primeiros líderes da hinchada.

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