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Análise

A última cambalhota de Rony no Athletico: desprezado nos aspirantes

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André Pugliesi
20/01/2020 14:58 - Atualizado: 29/09/2023 23:15
A última cambalhota de Rony no Athletico: desprezado nos aspirantes
| Foto: André Rodrigues/Arquivo/Gazeta do Povo

Cambalhota no Maracanã. Cambalhota no Beira-Rio. Das principais imagens da triunfal campanha do Athletico na Copa do Brasil, duas têm o acrobático Rony como protagonista.

Do arisco avante que tomava todas as decisões erradas em 2018, o paraense converteu-se no jogador mais importante do Furacão no ano seguinte. Nove gols e dez assistências: anotou ou deu passe para 19 dos 75 tentos atleticanos em 2019.

Não vestisse a camisa do Furacão, defendesse o Grêmio ou Flamengo, Rony ganharia uma chance na seleção brasileira. Jogou mais bola que Éverton Cebolinha e Lucas Paquetá, dois dos preferidos de Tite.

Não por acaso, Corinthians e Palmeiras querem contar com os serviços do camisa 7 rubro-negro. É jogador veloz, atrai dois marcadores, chuta forte de fora da área. Destranca a mais renhida retranca.

Entretanto, e aí vem a virada do roteiro – como quando Walter White entra para o mundo das metanfetaminas – há uma trama paralela que envolve Athletico, o jogador e seus empresários, a Fifa e, finalmente, os rivais paulistas.

Reviravoltas judiciais, desilusão, aposta, promessas, redenção, glória, montanhas de dinheiro (claro) e, finalmente, vingança. Tudo aquilo que você gostaria de assistir no Supercine de sábado ou procura numa série da Netflix.

Como é fácil perceber, não cabe distinguir quem está certo ou errado em tão imbricada novela. Não há mocinhos nem vilões. E, especialmente, não há "gratidão", mesmo que exista, pasme, quem ainda creia em reconhecimento no futebol.

O Athletico tem suas razões. Os empresários de Rony também. Corinthians e Palmeiras buscam um grande negócio. E todos querem explorar, ao máximo, o baixinho que driblou a pobreza extrema na Vila Quadros.

De certo que, mais uma vez, um ídolo rubro-negro caminha para abandonar a Baixada pela porta dos fundos. Diante do impasse sobre a renovação de contrato, e uma provável venda, Rony foi mandado para o time de aspirantes do Furacão.

Não há vergonha alguma em atuar pelo sub-23 no Estadual. Desde que não seja como uma forma de castigo. Desde que não seja para exilar o atleta. Mesmo que não permaneça no clube, Rony deveria integrar o time de Dorival Júnior.

A informação é que o jogador, que tem contrato até 2021, gostaria de atuar na equipe principal – Libertadores vem aí. E também topa correr pelo sub-23 no Paranaense. O que será, saberemos ao longo da semana.

Restam as imagens de Rony saltando, e girando, perigosamente, como marcas das glórias do Athletico em 2019. A última cambalhota do atacante, entretanto, ninguém sabe se virá. Vai depender de cartolas e empresários.

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