Com Bolsonaro, Petraglia fez o que parecia impossível: afastar mais os atleticanos

Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

A eleição no Atlético-PR ao final de 2015 escancarou em números o que já se sentia ao longo do processo sucessório. Por 2.909 votos a 2.660, diferença de meros 249, o grupo de Mario Celso Petraglia, de situação, barrou a tomada de poder dos oposicionistas, liderados por Henrique Gaede.

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O quadro de um clube rachado, praticamente ao meio, incomodou o então eleito presidente do Furacão, Luiz Sallim Emed. No dia seguinte ao pleito, o médico anunciou em : “Serei o presidente de todos os atleticanos”, em entrevista à Gazeta.

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Não demorou nada para Sallim assumir a função de um relações públicas de luxo, esmagado pelo poder de Petraglia, eleito presidente do Conselho Deliberativo do Rubro-Negro. E, também rapidamente, ficou claro que o grupo de situação ignoraria o chamado “recado das urnas”, abrindo uma guerra fratricida.

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Nos quase três anos de gestão, o Atlético, com Petraglia à frente, atropelou a oposição e instituiu uma série de medidas que esvaziaram, de uma forma geral, a Arena. Biometria, que derrubou o quadro de sócios, restrições aos torcedores organizados e, por último, a “torcida humana”.

E quando não poderia ficar pior, ficou. Eleitor declarado de Jair Bolsonaro, eleito presidente do Brasil, Petraglia resolveu misturar o clube ao assunto, mesmo que indiretamente. Resultado: desagradou aos atleticanos que não queriam ver o Furacão envolvido em política, qual fosse a preferência.

Mesmo apoiadores do cartola derramaram críticas ao episódio. O clube tentou vender a campanha, em tons de verde e amarelo, como uma ode ao patriotismo, um movimento em prol da consciência do voto. Não convenceu ninguém. E, de quebra, fez o que parecia impossível, rachou ainda mais os atleticanos.

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