Opinião

O que se está esperando para acabar o Paranaense e dar a taça ao Coxa? Mais mortes?

Há impasse para a retomada do Estadual. Como há, também, algumas incertezas relacionadas com outras coisas, aparentemente, menos importantes para parte da cartolagem, tais como a vida dos paranaenses, a capacidade de UTIs no estado etc.

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São duas as questões: esportiva e financeira. E, claro, que o dinheiro é o que, definitivamente, está pesando. Parte dos clubes e a Federação Paranaense de Futebol querem a retomada para receber o que resta da grana da DAZN.

A empresa de streaming, que efetivamente banca o Estadual, diante da incompetência dos cartolas em organizar qualquer coisa minimamente viável financeiramente, com a paralisação decidiu suspender os pagamentos pelas cotas de direito de TV.

Faltam cerca de R$ 100 mil por clube, valor referente aos jogos do mata-mata. Quantia que é necessária para que algumas equipes paguem salários prometidos e fechem o caixa. E daí, fica fácil perceber o estado de penúria do futebol local.

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Alguns times já fizeram acertos com seus atletas, dispensaram outros e entendem que a volta do Paranaense representaria mais gastos do que eventual faturamento. Assim, a questão da grana tem, realmente, solução difícil.

De resolução mais simples é o aspecto esportivo. E mais importante: a escalada vertiginosa do coronavírus no Paraná é o suficiente para se concluir que não há condição de entrar em campo com segurança. E os casos no Coritiba, um funcionário em estado grave, e no Athletico, diversos contaminados, apenas reforçam.

Não bastasse, o ganho, digamos, “técnico”, seria pouco relevante. Com a possibilidade de enxugar os duelos em ida e volta para somente um encontro, entrar em campo uma, duas ou, no máximo, três vezes, teria incremento relativo como preparação para as disputas nacionais que se avizinham.

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Resta então, encontrar uma saída burocrática para encerrar o Paranaense 2020. E não há previsão no regulamento da disputa. Daí, não vejo outro caminho que não entregar a taça para o melhor time na fase de classificação: o Coritiba.

38 vezes campeão estadual, certamente o caneco de 2020 (existe?) não terá destaque na galeria coritibana. E, para os demais, livrar-se do Paranaense da pandemia representará, igualmente, uma conquista. Vale até volta olímpica de máscara no CT.

Outra alternativa, ainda menos empolgante, é considerar o certamente 2020 sem vencedor. Ou, quem sabe, para ser mais justo, como sugeriu Alex Brasil, dirigente do Paraná, um campeão diferente: Covid-19.

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