Análise

O adeus de Cirino no Athletico e os 10 segundos que vão durar para sempre

Marcelo Cirino vai jogar na China em 2020. Já se sabia da intenção do atleta de deixar o Athletico. Um ciclo que se fecha, outro que se abre. Lá no incipiente, mas rentável, futebol chinês, o atacante vai desaparecer.

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Do Rubro-Negro, entretanto, o maringaense não sumirá jamais. No duelo com o Botafogo, Ruy e Jackson, do Furacão de 49, foram celebrados pela torcida na Arena, com abraços e selfies. Daqui a 50 anos, Cirino pode ser a lenda viva entre os torcedores.

Imortalidade entre os atleticanos garantida após o lance que ninguém esquecerá. Os 10 segundos entre a pisada na bola, no flanco esquerdo do gramado do Beira-Rio, até a assistência para Rony sacramentar o título da Copa do Brasil de 2019.

Albari Rosa/Gazeta do Povo

Num intervalo de tempo em que não se toma um cafezinho, o suficiente apenas para, sei lá, amarrar os cadarços, Cirino passou de jogador de importância inquestionável no Furacão para um daqueles que se tornam maior que a existência. É muita coisa em pouco tempo.

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Em 2013, o então camisa 7, como a flecha do arco de Paulo Baier, foi fundamental para o 3º lugar no Brasileirão e o vice da Copa do Brasil. Foi vendido ao Flamengo, como grande revelação, para retornar e, ano passado, foi peça-chave na conquista da Sul-Americana.

Em 2019 era coadjuvante até cronômetro marcar 51 minutos da etapa derradeira em Porto Alegre. Deixou de ser. Entrou para aquela galeria do “o gol do Madureira no Santos”, “a bicicleta do Sicupira”, “o jogo do Ziquita”, “o Alex Mineiro em 2001”, “o pênalti do Barrera” e, agora, “a caneta do Cirino”.

Desfecho para uma trajetória que começou no time profissional com somente 17 anos, em 2009, ao lado do também avante Patrick. Naquela época, Patrick era o “bom” da dupla, artilheiro no amador. Marcelo, por sua vez, um jogador com potencial.

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A relação com o Rubro-Negro, entretanto, era anterior. De quando era destaque entre os meninos com um visual Michael Jackson fase Off the Wall (a melhor fase). Depois, passou a cultivar um mini-black (fase Jacksons Five) até chegar ao visual careca (o Rei do Pop não teve essa fase) que o consagrou na Baixada.

Arquivo/Gazeta do Povo

A caminhada foi difícil, como sempre é. Em vários momentos, Cirino esteve às turras com a torcida. Normalmente, por causa da falta de intimidade em empurrar a bola para a rede, especialmente quando o gol se apresenta escancarado.

Tudo passou. E ninguém se importa mais. Para a eternidade, ficam as conquistas, os gols e, mais do que tudo, a jogada em que Cirino venceu Sobis e Edenílson com um toque de letra, iludiu Rodrigo Lindoso e disse pra Rony: faça. 10 segundos que vão durar para sempre.

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