Análise

Não é só futebol. É também racismo e censura

O domingo de futebol pelo mundo acabou emporcalhado por duas passagens, uma no Brasil, outra na Ucrânia, que evidenciam graves problemas no esporte. Não é só futebol, como já virou clichê, é racismo e censura também.

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Pelo campeonato ucraniano, os atacantes brasileiros Dentinho e Taison foram vítimas de insultos racistas no clássico entre Shakhtar Donetsk e Dínamos de Kiev. O ex-Internacional chegou a reagir.

Revoltado, Taison chutou a bola em direção da arquibancada e mostrou o dedo do meio aos agressores. Acabou expulso. Punição instantânea por parte da arbitragem.

E não adianta dizer que a exclusão está prevista para o tipo de atitude tomada pelo avante. Evidentemente, foi situação em que o bom-senso deveria prevalecer.

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Mas o episódio foi só mais um. Toda semana tem. No domingo anterior, o alvo foi Balotelli, avante do Brescia. Na Itália, não há rodada em que os racistas não se façam notar.

As punições são costumeiramente brandas para torcedores e clubes envolvidos. A Fifa e as confederações nacionais têm preocupações maiores. Faturar, especialmente.

No Brasil, outro fato manchou o domingo de bola. No clássico Fortaleza e Ceará, uma protesto dos tricolores contra o VAR foi retirado da arquibancada, após pedido do árbitro Flávio Rodrigues de Souza.

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Está nas orientações da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), alegam os defensores da lei e da ordem no esporte. A orientação, entretanto, é uma censura absurda, o AI-5 dos estádios.

O protesto foi absolutamente pacífico. Mas, não pode criticar. Já operar o sistema de árbitro de vídeo como se fosse um macaco com uma metralhadora na mão, com erros claros jogo sim, jogo não, tudo bem.

Não bastasse, no clássico mineiro entre Atlético e Cruzeiro tivemos outra manifestação de racismo. Após desavença com um segurança do Mineirão, um torcedor do Galo grita para o profissional negro: “Olha a sua cor!”.

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