Opinião

O que você faria se descobrisse que seu filho gosta de Campeonatos Estaduais?

O que você faria se descobrisse que alguém da sua família gosta de Campeonatos Estaduais? Sinceramente, não sei o que eu faria. Seria revelação tão acachapante como saber que alguém próximo está mexendo com heavy metal ou fantasy game de esportes americanos.

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Mas o fato é que tais chagas estão aí, apavorando a sociedade, e nós precisamos aprender a lidar, ou como diz quem quer posar de entendido, “mitigar” seus efeitos. E com a proximidade dos torneios locais, o Paranaense começa dia 28, é tempo de refletir sobre.

Há mais de década que as competições regionais se tornaram, para usar o termo correto, verdadeira trolha para o futebol nacional. São mal organizadas, exibem nível técnico constrangedor, são rejeitadas pelas torcidas e, mais importante, brecam a arrumação do calendário brasileiro.

São os Compact Discs da bola, ou CDs de música, como queiram. Aquilo que você tem, sabe que já gostou, mas não entende exatamente qual é a utilidade nos dias de hoje. Servem, no máximo, para decorar a estante, lembrar de um passado que já se foi, do tempo da internet discada.

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Esqueça as lorotas da cartolagem. O estaduais não “fomentam” o futebol local, nem mesmo o de base, e também não mantêm vivas rivalidades ancestrais. A incompetência de federações estaduais e clubes transformou as disputas num legítimo feirão de atletas, com pechinchas para os campeonatos nacionais.

Não é por acaso que a Globo, que por anos subsidiou a realização dos certames, desistiu de bancar a maioria delas. E, assim, o Paranaense deste ano pode acabar marcado como uma edição “no escuro”: sem TV, sem torcida por causa do coronavírus, de volta para a era do rádio.

Mas e qual seria a saída? É a que alguns clubes, como o Athletico, já experimentam, por conta própria: utilizar os estaduais para o desenvolvimento de jovens jogadores. E nada mais. Algo que poderia ser feito com um calendário mais extenso, combinado ao das contendas nacionais, e até mesmo, com ingressos populares.

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Não será feito. Não há interesse político das federações, nem da CBF. Pode ter certeza, ainda veremos, por alguns anos, os estaduais atravancando as principais competições, na ânsia, desesperada, de faturar algum para bancar as despesas mais urgentes. E ano que vem, tem mais!

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