Copa do Brasil

Irmã de Santos não pôde vibrar com goleiro que calou o Maraca; é a “torcida humana” do Athletico

Irmã de Santos não pôde vibrar com goleiro que calou o Maracanã; é a "torcida humana"

Santos, herói da família (e dos atleticanos) no Maracanã.

Entre as melhores cenas de Flamengo e Athletico, no Maracanã, está, sem dúvida, o abraço de Santos, o herói atleticano, na irmã Maria, minutos após a última atualização do Maracanaço. Encontro à beira do gramado e da arquibancada captado pela repórter da RPC TV, Nadja Mauad.

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Em pouco tempo na TV, ao vivo para todo o Brasil, uma mistura de apreensão, alívio e êxtase. Este pela classificação, claro, que passou pelas mãos geladas de Santos. Apreensão e alívio por causa da estrambólica “torcida humana”, medida imposta goela abaixo pela diretoria do Furacão em Curitiba e duplicada pelos flamenguistas no Rio de Janeiro.

Nas breves palavras do camisa 1 ao microfone, a preocupação pelo fato de a familiar ter sido obrigada a assistir ao jogo no meio da torcida local, infiltrada. Como fazem os visitantes no Joaquim Américo, sem um espaço específico para torcer, livremente, em segurança. Maria foi impedida de vestir, com orgulho, a camisa 1 do Aderbar. Nem pôde vibrar quando o mano barrou as cobranças de Diego e Éverton Ribeiro. O grito foi sufocado. Pra sempre.

É só um quadro, pequeno, como a história do torcedor Fernando Azevedo, que segue o Athletico em toda parte, e precisa se virar no universo bizarro da “torcida humana”, o “mundo invertido” de uma arquibancada de futebol, para usar expressão que está no repertório da molecada (e que não estão lendo aqui, o que eu entendo).

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Um cenário de negação da essência do futebol, como o conhecemos, em que o duelo entre as torcidas é tão importante quanto o combate em campo. Uma imposição tosca e de pretensões totalitárias por parte do Athletico, na pessoa de Mario Celso Petraglia, presidente do Conselho Deliberativo, e com a chancela do Ministério Público do Paraná (MP-PR), ativo para criar restrições.

A violência está sempre à espreita. Eu sei. E vai continuar, no país dos 60 mil homicídios, especialmente nas cercanias dos estádios. A “torcida humana”, batizada com uma expressão sem sentido quanto a própria medida, não tem efetividade alguma. Exceto por dar folga a um contingente diminuto de policiais.

Enquanto isso, Maria não pôde pular, urrar, brandir os braços, chorar sem medo, ao ver aquele menino com quem dividiu os brinquedos e a bicicleta lá em Campina Grande, “copando” o Maracanã, o maior palco do futebol mundial. É o que chamam de “torcida humana”.

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