Athletico precisa se livrar da pecha de “time de pijama”. Tem potencial para isso

Aproveito a expressão utilizada pelo colega Rafael Porto, da Transamérica, para tratar, pela enésima vez, de uma sina que atormenta o Athletico. E pergunto: afinal, por que o Rubro-Negro é tigrão na Arena e tchutchuca fora de casa?

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Já são três derrotas nos três jogos do conjunto principal longe de Curitiba. E, convenhamos, não foram para oponentes absolutamente imbatíveis em seus domínios. Na Libertadores, para Tolima e Jorge Wilstermann, este impulsionado pela altitude, ok. Mais o Fortaleza, no Brasileirão.

TABELA BRASILEIRÃO 2019: Classificação, jogos e resultados

E assim, claro, surge imediatamente a teoria de que tudo está ligado ao tipo de gramado. Que, no renovado Joaquim Américo, o Furacão prevalece graças ao piso sintético. E, fora de seu bunker, não consegue ter o mesmo rendimento num terreno natural.

Os atleticanos detestam que se aponte algum benefício da equipe por causa do céspede tecnológico da Baixada. Ora, parece evidente que influencia. E pesa como qualquer espécie. Mais rápido, mais lento, mais pesado, enfim. Difícil é saber qual o tamanho da diferença.

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O fato é que o gramado é regulamento pela Fifa, aprovado pela CBF, e pode ser utilizado normalmente. É fato também que o Furacão não cansa de dar argumentos, mesmo que rasos, para quem o aponta como time de sintético. E é indiscutível, ainda, que o time precisa melhorar fora.

Incomodado com a situação, o técnico Tiago Nunes até arranjou uma estatística para minimizar as cobranças. De que o Athletico tem retrospecto dentro da média dos clubes brasileiros quando atuam como visitantes: na casa dos 20%.

O número, entretanto, não cola. O Furacão precisa comparar seu desempenho como visitante com os times que, como ele, têm excelente performance como mandante. Foi o que eu fiz, e é considerável a disparidade entre o Athletico e as melhores equipes dentro de casa do Brasileirão 2018.

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No Nacional 2018, o Rubro-Negro fez 44 pontos na Arena e 13 fora (22% de aproveitamento como visitante). Os outros quatro melhores mandantes foram: Palmeiras, 50 pontos em casa e 30 fora (52%); o Internacional, 46 em casa e 23 fora (40%); o Flamengo, 44 em casa e 28 fora (49%); e o Grêmio 41 em casa e 25 fora (43%).

É mais uma amostra de como há problemas a resolver. Um time que não consegue se firmar como visitante, e avança fora só quando faz o resultado em casa, como na Sul-Americana 2018, deve ter dificuldades para brigar por títulos. Ainda está em tempo.

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