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Quer um torneio esportivo emocionante e equilibrado? Veja a NBA

Por
André Barcinski
23/06/2021 17:12 - Atualizado: 04/10/2023 18:11
Quer um torneio esportivo emocionante e equilibrado? Veja a NBA
| Foto: EFE/EPA/Rick D'Elia

Há muito
tempo uma competição esportiva não me cativava como as finais da NBA que estão
rolando agora. São jogos muito bons, de altíssima qualidade técnica e, mais
importante, muito equilibrados.

Entre os quatro times que chegaram às finais das conferências – Los Angeles Clippers e Phoenix Suns no Oeste, Milwaukee Bucks e Atlanta Hawks no Leste – não existe um que se destaque tanto em relação aos rivais. Não há um Bulls de Michael Jordan ou Lakers de Kobe Bryant, times tão dominantes que praticamente eliminavam as chances dos adversários.

Em suma: assistir à NBA é divertido, entre outras coisas, porque o resultado é imprevisível.

Ano passado,
as finais de conferência reuniram Los Angeles Lakers e Denver Nuggets no oeste,
e Miami Heat e Boston Celtics no Leste. Em 2019, Portland Trail Blazers e
Golden State Warriors no oeste, e Toronto Raptors e Milwaukee Bucks no leste.

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Ou seja: dos
últimos doze times que disputaram as finais de conferências, apenas um – o
Milwaukee Bucks – conseguiu repetir o feito, em 2019 e 2021. Onze times se
revezaram nas finais.

Americano
não é bobo. Lá, o capitalismo funciona. A NBA sabe que torneio bom é torneio
imprevisível e com rodízio de vencedores. Hegemonias são péssimas para os
negócios.

O esporte profissional norte-americano criou o sistema de “draft” – a escolha de jogadores das ligas universitárias, em que o time pior colocado no torneio de um ano tem direito a escolher primeiro no ano seguinte – justamente para equilibrar as disputas.

Foi assim que um time de segundo escalão como o Chicago Bulls, que nunca havia levantado um troféu da NBA, escolheu Michael Jordan em 1984 e ganhou seis títulos em oito anos.  Seria o equivalente, no Brasil, ao Goiás receber Neymar de presente.

Mas isso
nunca vai acontecer no Brasil. Aqui preferimos, desde 2011, um sistema que
privilegia poucos times e cria abismos financeiros cada vez maiores,
desequilibrando as competições. A tendência é ver o futebol brasileiro dominado
por dois ou três times. Não é à toa que pesquisas mostram que jovens
brasileiros estão cada vez mais desinteressados por futebol.

Voltando à
NBA: esse ano, sou Clippers desde criancinha. Morei em Los Angeles no início
dos anos 1990 e o Clippers era o único time cujos ingressos eu tinha condições
de pagar para assistir. O Lakers, mesmo vivendo uma rebordosa da era de ouro de
Magic Johnson, tinha ingressos muito altos.

A solução
era ver o Clippers, que tinha um bom time na época, com Mark Jackson, Danny
Manning e Ron Harper, mas sempre foi uma das franquias com o menor público (na
temporada 1992/93, tinha a 23ª média de público entre os 27 times da NBA).

Desde então,
tenho simpatia pelo time, apesar da decepção de ver o dono da franquia, David
Sterling, falando bobagens racistas (Sterling foi banido da NBA em 2014 e hoje
o Clippers pertence a Steve Ballmer, ex-chefão da Microsoft).

As finais do Oeste já começaram, e a situação não está nada boa para “meu” time. Na noite de terça, perdeu um jogo antológico para o Suns, que marcou uma cesta de “alley-oop” faltando menos de um segundo e venceu por 104 a 103. O placar da série melhor de sete está 2 a 0 para o Suns.

Mas nada está perdido. Na NBA, qualquer coisa pode acontecer.

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