Opinião

Série sobre Maradona é como a vida dele: um dramalhão

Vi os
três primeiros episódios da série “Maradona: Conquista de um Sonho”, no Amazon
Prime e pretendo continuar. Está longe de ser uma obra-prima, mas é divertida e
cheia de drama.

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Não
espere grandes inovações dramáticas ou narrativas. A série é uma cinebiografia
convencional. Nos três primeiros episódios, a única bossa é mostrar Maradona em
diversos momentos de sua vida – na infância dura em Fiorito, já passando para
os profissionais do Argentino Juniors, para o Boca e a seleção argentina e, por
fim, mais velho, sendo internado depois de uma noite de farra.

Para
quem não conhece a trajetória de Diego, a série funciona como uma eficiente narrativa
de sua vida. Tenho assistido com meu filho de nove anos, que nada sabe sobre
Maradona além de que era um craque extraordinário, e percebi que ele se
conectou com a história e está curioso para continuar.

Se a
série peca em um aspecto, e um que nenhum filme que já vi conseguiu captar com
qualidade, é na recriação de cenas de jogo. Todas as jogadas parecem falsas e
coreografadas. Maradona corre pelo campo driblando jogadores que parecem
zumbis. Qualquer um que já viu um jogo de futebol não acredita naquilo. Uma
pena.

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A série
não foge de temas polêmicos – o problema com bebida, injeções nos joelhos,
ligações com personagens duvidosos – mas o tom, no geral, é de adulação a Diego
e à sua imagem. E nem poderia ser diferente.

Agora,
para quem quiser ver um filme realmente espetacular sobre o craque, recomendo o
documentário “Maradona” (2019), de Asif Kapadia (diretor de ótimos filmes sobre
Amy Winehouse e Ayrton Senna).

O filme foca na chegada de Diego a Napoli e como ele se tornou um deus por lá. Impressionantes as cenas de selvageria dos zagueiros e das torcidas do norte da Itália, sempre humilhando os sulistas. Um filmaço.

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