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Para o Brasil, foi a Olimpíada do “Eu sozinho”

Por
André Barcinski
11/08/2021 17:10 - Atualizado: 04/10/2023 17:37
Para o Brasil, foi a Olimpíada do “Eu sozinho”
| Foto: Gaspar Nóbrega/COB

O Brasil terminou os Jogos Olímpicos
de Tóquio com a maior quantidade de medalhas de nossa história: foram 21, sendo
sete de ouro, seis de prata e oito de bronze.

Claro que a inclusão de esportes como
surfe, onde vencemos uma medalha de ouro com Ítalo Ferreira, e de skate, em que
ganhamos três pratas, com Rayssa Leal, Kelvin Hoefler e Pedro Barros, aumentou
nosso número de premiações. Mesmo assim, foi um desempenho elogiável para um
país onde o esporte é tão desprezado por governos.

Algumas medalhas foram gratas
surpresas, como o bronze de Alison dos Santos na prova de 400 metros com
barreiras e o bronze da dupla de tenistas Laura Pigossi e Luiza Stefani.

Mas surpreendente mesmo foi a vitória
do boxeador peso-médio baiano Hebert Conceição sobre o ucraniano Oleksandr Khyzhniak, bicampeão europeu e
campeão mundial de peso-médio. Hebert perdia a luta por pontos e, no fim do
combate, acertou um monstruoso cruzado de esquerda e derrubou Khyzhniak, que não
perdia uma luta há incríveis cinco anos. Foi um dos finais mais emocionantes
dessas Olimpíadas. Uma imagem digna de “Rocky”.

Das 21
medalhas brasileiras, 19 foram conquistadas em esportes individuais (ou duplas)
e apenas duas – ouro no futebol masculino e prata no voleibol feminino – em esportes
coletivos, o que mostra que esporte de alto desempenho, no Brasil, ainda
depende mais de esforços individuais de atletas abnegados do que de nossa
infraestrutura esportiva.

Esportes em que já fomos uma potência, como o basquete masculino (bronze em 1948, 1960 e 1964), basquete feminino (prata em 1996 e bronze em 2000) e o futebol feminino (duas pratas nas Olimpíadas de 2004 e 2008), decepcionaram. No basquete, sequer nos classificamos para os Jogos.

Assistir
às Olimpíadas é muito divertido, mas o mais importante é usar essa época em que
o país todo está ligado em esporte e trazer à tona a discussão sobre a
necessidade de um investimento maciço em atividades esportivas. Não é segredo
que investir em esporte tem reflexos positivos na saúde e educação da
população. Para os jovens, a disciplina e dedicação exigidas pelo esporte são
lições para a vida toda.

Espero que nossa molecada tenha vibrado com Isaquias, Rayssa, Hebert e Ítalo, e se espelhem neles. Sei que os nossos filhos só falam em skate e surfe...

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