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André Barcinski
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Sem TV, sem carro, sem banco, mas vivendo a melhor vida possível no mar

Por
André Barcinski
03/11/2021 13:41 - Atualizado: 04/10/2023 17:21
Sem TV, sem carro, sem banco, mas vivendo a melhor vida possível no mar
| Foto: Reprodução

Se você gosta de histórias
sobre grandes navegações e aventuras marítimas, não deixe de assistir a “Vento
em Popa” (“Following Seas”), no Amazon Prime.

Lançado em 2016 e dirigido
por Tyler J. Kelley e Araby Williams, o filme conta a história de Bob e Nancy
Griffith, um casal de norte-americanos que, nos anos 1960 e 1970, circunavegou
o globo três vezes. E detalhe: na maioria das viagens, levando os filhos
pequenos.

O documentário é narrado
pela própria Nancy. A encontramos no fim dos anos 2010, no Havaí, já uma quase
octogenária. Nancy revê fotos e imagens de filmes de família e conta as
passagens mais incríveis das aventuras que viveu.

A estrutura do filme é muito
simples, mas a beleza das imagens, capturadas por Bob e Nancy durante as
navegações, é de tirar o fôlego.

Vemos a família navegando,
no fim da década de 1960, pelos mares bravios do Oceano Índico com seu veleiro
de 52 pés, o Awahnee, e depois tentando salvar o barco, após colidi-lo com
recifes mortais que ficam à flor d’água. O acidente fez com que a família
tivesse de desembarcar numa ilha inabitada, onde ficou por quase três meses.

Recuperados do naufrágio, os
Griffith desembarcam na Nova Zelândia e constroem um novo barco, este de casco
de cimento e também batizado de Awahnee. Com este veleiro, completam três
voltas ao mundo, incluindo uma incrível viagem ao redor da Antártica. Foi,
àquela altura, a primeira circunavegação da Antártica feita em um veleiro. Numa
época sem GPS, os Griffith usavam, como referência, apenas um sextante e as
estrelas.

É muito bonito ouvir Nancy
Griffith narrando suas aventuras e explicando sua filosofia de vida.
Aventureiros compulsivos, não se adaptavam à vida “normal”. “Um dia, fui
entrevistada por uma pessoa do Censo”, conta Nancy. “Ela me perguntou: ‘Você
tem TV em casa?’. Não. ‘Você tem carro?’ Não. ‘Você tem conta em banco?’ Não.
Eu reparei que não tínhamos nada, mas estávamos vivendo a melhor vida
possível”.

Assistir a “Vento em Popa” é
uma experiência memorável, infelizmente prejudicada pela ruindade e desleixo
das legendas da Amazon Prime. A tradução parece ter sido feita por meio de
algum programa automatizado, o que resultou em coisas ridículas como “Cape
Horn” virar “Cabo Chifre”.

É um acinte que uma empresa do tamanho da Amazon não tenha a competência de oferecer filmes com legendas decentes. Por favor, vamos prestar mais atenção?

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