Libertadores

Athletico perde decisão para o Flamengo e adia conquista da América

Dezessete anos depois, situações semelhantes, mesmo desfecho, mas um sentimento muito diferente.

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De volta à final da Copa Libertadores, o Athletico foi derrotado pelo Flamengo na tarde deste sábado (29), no Estádio Monumental Isidro Romero Carbo, em Guayaquil, no Equador. Pela segunda vez, El Paranaense é vice-campão da América.

O placar final de 1 a 0 foi impactado diretamente pela expulsão prematura de Pedro Henrique, ainda no primeiro tempo. Já amarelado, o zagueiro acertou carrinho desnecessário em Ayrton Lucas e recebeu o vermelho. Instantes depois, Gabigol abriu o placar para o Mengo e praticamente selou o destino da decisão.

Em 2005, contra o São Paulo, o Furacão também teve um lance capital, mas a seu favor. Perdendo por 1 a 0 no Morumbi, o meia Fabrício desperdiçou pênalti nos acréscimos da etapa inicial. Se transformou no “vilão” do jogo para os atleticanos, rótulo que Pedro Henrique passa a compartilhar agora. O camisa 34 saiu de campo chorando.

Em minoria nas arquibancadas em proporção de cerca de dez para um, os atleticanos cantaram alto. Na maioria das vezes, contudo, eram abafados pela massa rubro-negra que dominava o Monumental. Naturalmente, o apoio minguou depois do gol sofrido.

A nítida diferença de qualidade técnica do Fla, que tem nomes de peso como Everton Ribeiro, Arrascaeta, Gabi e Pedro, foi evidenciada ao atuar mais de um tempo com 11 contra 10. A posse bola foi de 73%.

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O técnico Felipão até tentou mudar. Colocou Canobbio, Pablo, Rômulo, David Terans e Matheus Felipe, mas não foi o suficiente. Em um duelo de poucas chances, ganharia quem errasse menos – e foi exatamente o que aconteceu.

Alcançar ao palco máximo do futebol sul-americano pela segunda vez, contudo, brigando e lutando como a equipe nunca deixou de fazer, deixa um sentimento bem diferente de duas décadas atrás.

Nos últimos cinco anos, o Athletico se tornou um time de chegada e levantou sete taças. Três estaduais (2018, 2019 e 2020), uma Copa do Brasil (2019), além de duas Sul-Americanas (2018 e 2021), as últimas chamadas de Série B do continente pelo presidente Mario Celso Petraglia porque o objetivo é maior.

Vencer a Libertadores, a elite do futebol sul-americano, carimbaria o projeto implantado pelo dirigente em 1995, com hiato entre 2009 e 2012. O Mundial, grande obsessão, estaria mais perto do que nunca. A caminhada, contudo, não começa do zero em 2023.

Ninguém chega por acaso. Há um método de trabalho que tem funcionado bem – e o investimento tem aumentado. Neste ano, por exemplo, foram gastos mais de R$ 60 milhões em contratações. O multicampeão Fernandinho voltou para casa para ser uma referência. Caso vire SAF, o cenário com um investidor poderia igualar as forças contra os rivais mais endinheirados.

Pensando objetivamente, agora o Furacão precisa resgatar o espírito de raça e intensidade mostrado na Libertadores e fechar bem o Brasileirão. Garantir uma vaga direta para a competição no ano que vem e seguir a jornada. O caminho está pavimentado. Uma hora o sonho vira realidade.

LIBERTADORES
Final
29/10/2022

Flamengo 1 x 0 Athletico

Flamengo: Santos, Rodinei, David Luiz, Léo Pereira e Filipe Luís (Ayrton Lucas); Thiago Maia (Arturo Vidal), João Gomes, Everton Ribeiro e Arrascaeta (Victor Hugo); Pedro e Gabriel (Everton).
Técnico: Dorival Júnior.

Athletico: Bento; Khellven, Pedro Henrique, Thiago Heleno e Abner; Hugo Moura (Terans), Fernandinho, Alex Santana (Matheus Felipe) e Vitor Bueno (Canobbio); Vitinho (Rômulo) e Vitor Roque (Pablo).
Técnico: Felipão.

Local: Estádio Monumental Isidro Romero Carbo (Guayaquil-EQU).
Data: 29/10/2022.
Gol: Gabriel a 48′ do 1° tempo;
Cartões amarelos: Alex Santana e Rômulo (A); Arrascaeta e Vidal (F).
Cartão vermelho: Pedro Henrique (A).
Árbitro: Patricio Loustau (ARG).
Assistentes: Diego Bonfá (ARG) e Ezequiel Brailovsky (ARG).
Quarto árbitro: Facundo Telles (ARG).
VAR: Mauro Vigiliano (ARG).

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