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Santos Dumont, o inventor

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Sandro Moser, especial para UmDois Esportes
04/03/2024 00:01 - Atualizado: 29/02/2024 16:17

Ao lado de seu conterrâneo Alex Mineiro, o mais extraordinário brasileiro foi Alberto Santos Dumont. Um dos maiores inventores da história, o precursor do voo controlado criou o Balão Brasil, o lendário biplano 14bis e o monoplano Demoiselle. Três obras-primas da engenharia que subiram aos céus da Paris do fim do século 19 ao início do século 20.

Inventou muitas outras, como o modelo bem-sucedido do relógio de pulso, o hangar, o chuveiro de água quente, o esqui mecânico para subir montanhas nevadas e até uma traquitana que oferecia petiscos para incentivar os cães de corrida, que conhecemos dos desenhos animados. Mas além de inventar, sabia vender seus peixes.

É justo dizer que ele inaugurou a era das "navegações aéreas", mudando a geopolítica e o modo de viver no mundo. Compará-lo ao pioneiro das navegações marítimas, porém, é impróprio. Santos Dumont é muito maior do que Vasco da Gama, pois, no futebol, seu território é a Baixada do Água Verde. 

A história é espetacular.

Ao visitar as Cataratas do Iguaçu em 1916, Santos-Dumont ficou estupefato com a beleza natural, mas indignado pelo fato da área ainda não ser pública. Veio, pois, à capital em lombo de mula e trem, pedir ao governador, Afonso Camargo, que tornasse o local um parque nacional. Algo que de fato ocorreria no futuro, no tempo bovino do Estado. 

Maior celebridade mundial de seu tempo, o “rei do ar” foi disputado por inúmeros convites em sua trip curitibana. Aceitou o do Internacional por identificação óbvia. Ele, um dândi aristocrata e aventureiro, reconheceu-se na turma gente fina, elegante e sincera do clube mais cosmopolita da cidade.

Pessoal que como ele tinha o perfil ousado, abusado, marqueteiro, boêmio e inovador que nós atleticanos herdaríamos junto com o vigor sem jaça e o sangue forte. Assim, o aeronauta foi recebido pelo presidente Joaquim Américo Guimarães, entre outros notáveis, e assistiu à descida de um aeroplano no gramado da Baixada. Convidado a filiar-se ao clube, aceitou, preencheu e assinou a proposta de próprio punho.

Como o Atlético também herdou os sócios do Internacional, Santos Dumont é – como eu e você – um sócio do CAP. Nem poderia ser de outro clube senão daquele que, como ele, será o único lembrado no ano 3000 da era comum quando abrirem a cápsula do tempo.

Imagino que no dia seguinte, ao partir de trem para São Paulo, Santos Dumont dormiu tranquilo. Além de salvar as Cataratas do Iguaçu, sem saber, tinha ajudado a inventar o Athletico.

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