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Marreco e Marrecão, os primeiros ídolos 

Por
Sandro Moser, especial para UmDois Esportes
20/03/2024 00:01 - Atualizado: 20/03/2024 11:26

O mais velho era zagueiro. O jogador cerebral dentro de campo e o líder do lado de fora. O mais novo era o center forward. Era brigão e goleador imparável. Jogando juntos, os irmãos José e Leônidas Gonçalves foram os primeiros ídolos da história rubro-negra.

Marrecão, o primogênito, foi nosso primeiro capitão. O caçula, Marreco, foi o autor do primeiro gol do Athletico na vitória por 4 a 2 no Universal. Antes, ambos já eram as figuras principais do América e trouxeram a impetuosidade rubra para o primeiro time atleticano.

Marrecão fez ainda mais. Como me explicou seu filho, José Pinto Dias Gonçalves, o Zezo ou Marreco, a voz do pai foi fundamental para sacramentar a fusão entre Internacional e América. Capitão do time campeão em 1925, ele foi um dos formuladores da ideologia “atleticanista” que tomou a cidade de arrasto no século seguinte.

Foi seo Zezo, hoje com 85 anos e uma lenda do golfe paranaense, quem me que contou a origem de causas somadas do apelido do pai, do tio e, por consequência, do próprio.

A família morava na praça Carlos Gomes, ao lado do prédio histórico da Gazeta do Povo, e o pai, o político e militar José Eurípedes Gonçalves, foi quem cinzelou o paisagismo da praça com o lago no centro.

Como os meninos não saíam do laguinho, eram chamados de “marrecos”. Também ajudou o fato de que quando iam para a escola, o faziam por dentro da valeta do Rio Ivo para chegar mais cedo. O apelido já tinha pegado antes no irmão mais velho, Luiz, que foi morar no Rio Grande do Sul e ironicamente morreu afogado.

Marrecão encerrou a carreira precocemente, aos 27 anos, por imposição da esposa (“ou o futebol ou eu”). Continuou ligado ao CAP até morrer, sempre disponível ao clube.

Seu irmão Marreco era forte, lutador e falastrão. Era um bad boy do futebol dos primeiros anos. Não dava sossego para os adversários, nem para os companheiros. Era um finalizador nato. Recebia e chutava. Com tanta força que conseguiu alguns nocautes na carreira de dez anos no Athletico, em que foi quatro vezes campeão em 1924, 1929, 1930 e 1934.

Foi a estrela de todos os principais feitos do clube em sua primeira década. Além do primeiro gol, fez tentos outros históricos. Balançou as redes duas vezes no jogo que nos deu o primeiro título. É até hoje o terceiro maior artilheiro do nosso Furacão, com 125 gols.

Identificou-se tanto com a torcida e com o clube que é um dos primeiros torcedores fanáticos do Rubro-Negro. Consta que várias vezes se meteu em confusões e brigas históricas em defesa de nossas cores, em especial contra os adeptos do Coritiba.

Sem os irmãos Gonçalves, o Marreco e o Marrecão, não existiria nada disso que hoje tentamos resumir chamando de Club Athletico Paranaense.

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