Reforma para Copa de 2014

TCE-PR manda prefeitura e governo dividirem valor final da Arena com Athletico

Arena da Baixada recebeu a Copa de 2014.

A longa disputa sobre a divisão do pagamento da reforma da Arena da Baixada para a Copa do Mundo de 2014 ganhou, na última quinta-feira (31), um importante desdobramento à favor do Athletico.

continua após a publicidade

O Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR) determinou, por maioria de votos, que prefeitura de Curitiba e Estado do Paraná apresentem um novo acordo aditivo para contemplar os valores adicionais da obra, finalizada por R$346,2 milhões, segundo consultoria Pricewaterhouse Coopers (PWC), contratada pela Fomento Paraná. A quantia da última modificação do Acordo Tripartite, em 2012, era R$ 184,6 milhões.

O prazo de cumprimento estipulado pelo tribunal é de 30 dias. Cabe recurso ao próprio TCE-PR.

“Determinar ao Estado do Paraná e ao Município de Curitiba que, no prazo máximo de 30 (trinta) dias contados da publicação desta decisão, apresentem a esta Corte termo aditivo ao Convênio Tripartite no 19.275 que contemple a quitação de todos os compromissos das partes referentes à divisão dos custos adicionais suportados pelo denunciante CAP S.A. para reforma e adaptação do Estádio Joaquim Américo Guimarães para realização da Copa do Mundo de 2014 da FIFA em Curitiba”, diz parte da decisão assinada pelo Conselheiro Fernando Guimarães, relator do processo.

continua após a publicidade

O pedido da CAP S/A – empresa criada pelo Athletico para realizar as obras – foi julgado parcialmente procedente. O mérito do valor e das contas da reforma não foi julgado, mas o tribunal reconheceu que a divisão deve ser realizada em partes iguais.

A prefeitura sempre alegou que isso não seria possível porque não havia previsão legal, já que o aditivo ao acordo englobava apenas a quantia de R$ 184,6 milhões.

“Cabe ressaltar que a determinação proposta não implica realização de despesas públicas novas. Despesas resultam de obrigações. Se recursos foram aplicados na obra para atender exigências unilaterais e supervenientes da FIFA e esses custos não são consequência de má gestão do CAP S.A, a obrigação jurídica das demais partes de contribuir com sua parcela de responsabilidade já nasceu como consequência dos termos do convênio. Cabe apenas, portanto, adimpli-la”.

continua após a publicidade

Decisão dos custos da Arena

Em junho de 2020, o TCE-PR já havia posicionado que a divisão tripartite deveria considerar o valor final da reforma da Baixada. O Athletico, então, entrou com um processo buscando uma decisão nesse sentido.

Na prática, caso prefeitura e Estado cumpram a decisão do tribunal, o acordo tripartite pode ser solucionado. Bastaria a Fomento Paraná, instituição financeira do governo que realizou os empréstimos para a reforma da Arena, e o Athletico entrarem em acordo sobre os pagamentos do débito.

Segundo apurou a reportagem, a CAP S/A fez proposta para parcelamento da dívida no processo de mediação judicial – sempre vinculada à resolução do Tripartite. O montante ficaria na casa de R$ 500 milhões, já sem a cobrança de multas e juros moratórios. A intenção do Athletico seria pagar em 20 anos, dando uma entrada de R$ 50 milhões.

A reportagem procurou o advogado do Furacão, Luiz Fernando Pereira, que não respondeu às ligações.

Já a prefeitura, disse que apenas após a publicação do acórdão em Diário Oficial do Tribunal de Contas do Estado, o município irá se manifestar sobre o tipo de providência que deverá ser tomada.

O governo estadual disse que não foi notificado ainda sobre qualquer decisão. A Fomento Paraná não se manifesta sobre o caso.

Exit mobile version