No intervalo de dois anos, duas das principais promessas das categorias de base do Athletico deixaram o clube de graça, em meio a polêmicas, e rumaram ao futebol europeu.
Em 2016, o atacante Vinícius Jaú, 18 anos, trocou o Furacão pelo Benfica, de Portugal. Dois anos depois, foi a vez do jovem volante Marcos Antônio, também de 18 anos, limpar o armário no CT do Caju e acertar com o também português Estoril.
Apesar das semelhanças na forma como saíram do Athletico, sem render compensação financeira ao clube, as carreiras da dupla tomaram caminhos opostos.
Enquanto Marcos Bahia,
como também é conhecido, se consolida no Shakhtar, da Ucrânia, como uma das
principais promessas brasileiras no Velho Continente, Jaú tenta um recomeço no
Avaí, na Série B do Brasileirão.
Sonho frustrado de jogar no Athletico e rótulo de “novo Fernandinho”
É desta maneira que veículos estrangeiros têm rotulado Marcos Antônio, após sua rápida evolução no Shakhtar.
Ainda no Furacão, o meia já atraía atenção após se destacar na seleção brasileira sub-17 e ainda não ter, àquela época, vínculo profissional com o clube.
Após deixar o Athletico, o meio-campista baixinho passou rapidamente pelo modesto Estoril, de Portugal, antes de ser comprado pelo Shakhtar, em 2019, por 3,5 milhões de euros.
Ele já soma 56 partidas e cinco gols com a camisa laranja dos ucranianos, entre Liga Europa, Liga dos Campeões, além das disputas locais.
O fato ter saído
da base rubro-negra e atuar na mesma posição de Fernandinho, que por sua vez
fez história no Shakhtar, reforça a comparação.
“Excelente passador de bolas, Marcos Antônio raramente tenta algo muito difícil com ela nos pés. Em vez disso, é a velocidade com que é capaz de receber a bola antes de devolvê-la para um companheiro de time que o ajuda a se destacar de outros meias da sua idade”, detalhou reportagem do Goal.com, no final do ano passado.
Apesar de ter chegado ao Athletico aos 14 anos, a jovem promessa nunca vestiu a camisa do time principal.
Na ocasião de sua saída, uma briga entre Mario Celso Petraglia e o empresário do jovem, Bruno Paiva, da OTB Sports, mesma empresa que tentou trazer Seedorf para o Athletico, fizeram com que ficasse na “geladeira” do CT do Caju até poder deixar o clube, ao fim de seu vínculo.
“Saí do Athletico de um jeito que não queria, queria ter vestido a camisa do time principal, mas isto não aconteceu”, declarou o atleta em entrevista no mês passado, ao Goal.com.
“Naquele momento, o clube não pensou em mim e fiquei muito triste. Tive que seguir a vida, a carreira. Eu tinha o sonho de ser profissional e continuar no Athletico, mas não aconteceu”, relembrou.
De promessa de 30 milhões de euros ao recomeço na Série B
A briga de Vinícius Jaú com o Athletico chegou a parar na delegacia. Em 2015, representantes do atacante acusaram o clube de pressionar e constranger o jovem a assinar um contrato profissional.
Por causa disso, Jaú deixou o CT e registrou Boletim de Ocorrências contra o Athletico.
No mesmo ano, Jaú passou rapidamente pelo rival Coritiba, que acabou desistindo de contratá-lo após ser notificado pelo Athletico do imbróglio jurídico envolvendo a promessa. Em 2016, o jogador fecharia com o Benfica, de Portugal.
O Furacão chegou a acionar a Fifa, cobrando 30 milhões de euros do clube português, mas em 2019 o desfecho da ação foi favorável ao Benfica.
Em Portugal, no entanto, não conseguiu se firmar. Disputou partidas pelas equipes sub-19, sub-23 e equipe B dos Encarnados, sem nunca subir ao time principal.
“Fui muito novo para Portugal”, reconheceu Jaú no início deste ano, após fechar contrato de cinco anos com o Avaí.
“Claro que queria ter evoluído, ter tido mais chances, chegar no time principal do Benfica. Mas infelizmente tive muitas lesões no começo, demorei a me adaptar ao futebol europeu. Foram cinco, seis lesões, uma atrás da outra”, prosseguiu.
Pelo time catarinense, Jaú já entrou em campo vinte vezes, mas ainda não marcou gols.