A parceria entre o Athletico e a Ligga Telecom foi parar na Justiça. O clube cobra R$ 50 milhões da empresa, referente às parcelas que estariam em atraso. A rescisão do contrato de naming rights da Arena da Baixada foi informada aos conselheiros do Furacão em reunião realizada na noite de segunda-feira (23).

Segundo informado aos conselheiros, a Ligga atrasou pagamentos desde o ano passado. Além disso, a empresa ainda descumpriu um acordo para a quitação dos débitos. Em uma tentativa de negociação, a empresa teria pedido uma redução dos valores, o que não foi aceito pelo Athletico, que decidiu acionar a Justiça.

A reunião em que a decisão de rescindir o contrato foi informada aos conselheiros foi realizada na Arena. Entre os presentes estavam o presidente do Conselho Administrativo, Mario Celso Petraglia, o presidente do Conselho Deliberativo, Aguinaldo Coelho de Farias, e o diretor financeiro do clube, Marcio Lara.

O clube ainda não se manifestou oficialmente sobre o assunto, mas desde o início deste mês já não utiliza o nome Ligga Arena em suas mídias oficiais. A nomenclatura deve ser retirada da fachada do estádio nos próximos dias.

Procurada pela reportagem, a Ligga afirma que mantém tratativas confidenciais com o Furacão com o objetivo de alcançar uma solução consensual entre as partes.

“A empresa informa que não foi formalmente notificada acerca de eventual ação judicial movida pelo clube e reitera que não reconhece qualquer débito no valor de aproximadamente R$ 50 milhões em favor do CAP”, diz.

Reunião do Conselho teve presenças de Maurício Augusto Bonato, Mario Celso Petraglia (centro), presidente do Conselho Administrativo, e Aguinaldo Coelho de Farias (direita), presidente do Conselho Deliberativo. (Foto: Duda Matoso/athletico.com.br)

Parceria foi anunciada como solução para dívida do estádio

O contrato entre o Athletico e Ligga Telecom foi fechado em junho de 2023. Os valores não foram anunciados oficialmente, mas chegariam a R$ 200 milhões, ao longo de 15 anos. Ou seja, cerca de R$ 13,3 milhões por temporada.

Duas semanas após o anúncio, o clube fechou o acordo com o governo do Paraná e a prefeitura de Curitiba para o pagamento das obras de reforma e ampliação da Arena para a Copa do Mundo de 2014. O valor que coube ao clube era semelhante ao do acordo com a Ligga: R$ 190 milhões.

No final daquele ano, Petraglia comemorou o acerto.

“Nosso clube teve um ano como nunca teve. Faz anos que lutamos pelo acordo tripartite da Arena… Este ano chegamos a um acordo. A dívida ficou em R$ 600 milhões. R$ 50 milhões pagamos à vista. E além disso, vendemos o naming rights, que paga o montante que restou. Praticamente a dívida virou pó”, disse.

Athletico negou nova oferta por naming rights

A empresa Fatal Model, especializada em serviços de acompanhantes, chegou a enviar uma proposta de R$ 250 milhões para obter os naming rights da Arena da Baixada. A proposta foi revelada pelo jornalista Léo Dias, o que desagradou a diretoria rubro-negra.

Caso o negócio fosse concretizado, a empresa gostaria utilizar o nome “Fatal Model Arena” para se referir à Arena.

No entanto, o Furacão rechaçou qualquer possibilidade de fazer o acordo e a acusou que a empresa estaria em uma tentativa deliberada de associação indevida à sua marca. Em nota, a Fatal Model reconheceu o declínio do clube e negou a acusação.

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