Se a história do Athletico fosse matéria de currículo escolar, a influência que João Alfredo Silva exerceu para o futuro do clube exigiria várias aulas. Foi esse alagoano, aos 60 anos de idade, quem criou um dos itens patrimonais mais valiosos do Athletico: a marca Furacão.

Em 1949, impulsionado pelo ideal, amor e ambição pelo Athletico, contratou o treinador Motorzinho que, então, formou o time de simbolismo mais forte da história rubro-negra: Laio (Caju), Nilo Biazetto e Valdomiro; Valdir, Wilson e Sanguinetti; Viana, Rui, Neno, Jackson e Cireno.

Da arquibancada de tijolo da Baixada, ilustrada pelos pinheiros do gol de fundo, ou em qualquer outro estádio, João Alfredo, todo orgulhoso, via um Athletico espetacular até a conquista do título, assim resumida: 11 vitórias, 49 gols marcados, 19 sofridos, uma média de 4 gols por jogo. Nessas coincidências que só o futebol explica, o ex-coxa Neno foi o seu artilheiro e do campeonato com 18 gols.

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Não precisou conquistar o título e nem da goleada histórica sobre o Coritiba, no Belfort Duarte, por 5 a 1, para o povo ver que quem jogava não era um time qualquer. Em data de 5 de junho de 1949, o Athletico goleou o Britânia por 5 a 1, e no dia 6 o jornal Desportos Ilustrados foi às bancas com a manchete: “Furacão levou o Tigre de roldão”.

E, assim, o Athletico tornou-se o Furacão. De um valor imaterial, o apelido transformou-se em marca que não tem preço. João Alfredo nunca estava sozinho. Sempre ao seu lado, o seu filho de nome Jofre. Jofre logo entraria para a história e seria lenda como Jofre Cabral e Silva.