Análise

Da ZR à briga pela Libertadores: o Brasileirão de extremos do Athletico

Um Brasileirão de extremos. Assim pode ser definida a campanha feita pelo Athletico até aqui nesta temporada. Após terminar o primeiro turno com aproveitamento de rebaixado, o Furacão faz um segundo turno digno de candidato ao título.

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A equipe atleticana fechou a primeira metade do certame com 19 pontos em 19 jogos, 33,3% de aproveitamento. Já na metade final, soma até o momento 28 pontos em 16 partidas, 58,3% de aproveitamento.

Melhor equipe do returno, o líder Internacional, por exemplo, alcançou 31 pontos até aqui, apenas dois a mais que o Furacão, considerando este recorte.

Mudança de treinador, reformulação na diretoria, ajustes no elenco, resgate de atletas contestados, reforços: confira cinco motivos que explicam a “bipolaridade” do Athletico nesta Série A.

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Saem Dorival Júnior e Eduardo Barros, entra Paulo Autuori

Dorival não emplacou no Athletico. Foto: Albari Rosa/Foto Digital/UmDois

Escolhido pelo então diretor Paulo André como substituto de Tiago Nunes, Dorival Júnior foi demitido em agosto, na 11ª rodada. O Athletico era o 10º colocado, com 14 pontos. Mas a instabilidade da equipe e a dificuldade em criar um padrão de jogo incomodavam.

O auxiliar Eduardo Barros assumiu e o panorama piorou. Em outubro, foi a vez de Barros ser demitido. O Athletico ocupava a 15ª posição, com 19 pontos, apenas um acima da zona de rebaixamento.

Paulo Autuori foi o escolhido para evitar o pior na Arena da Baixada. Se a opção por Dorival no início da temporada mostrou-se equivocada, a aposta no retorno de Autuori provou-se certeira.

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Mudanças na diretoria: Paulo André deixa o Athletico

Pressionado, Paulo André deixou o Athletico. Foto: Jonathan Campos/Arquivo/Gazeta do Povo

A proximidade da zona de rebaixamento rendeu também o emprego do diretor de futebol, Paulo André. O ex-zagueiro foi o responsável pela montagem do elenco rubro-negro, assim como pela contratação do técnico Dorival Júnior.

“O ano de 2020 se tornou de grande transição e reformulação de um elenco campeão, com elementos extras de dificuldade, não só pela pandemia e punição da Fifa, mas também porque o CAP cresceu e passou a ser concorrente dos grandes clubes, dificultando o modelo de empréstimo de jogadores”, justificou após a saída do clube.

O diretor mudou
o perfil de reforços no Furacão, apostando em atletas mais rodados e de maior custo,
como Marquinhos Gabriel, Felipe Aguilar, Geuvânio, Pedro Henrique e Carlos
Eduardo.

Autuori ajustou o elenco do Athletico e recuperou contestados

Autuori: o grande responsável pela recuperação do Athletico. Foto: Albari Rosa/Foto Digital/UmDois Esportes

Aos poucos,
Paulo Autuori trouxe novamente ao Athletico uma identidade de jogo. Jogadores
como Lucas Halter, Felipe Aguilar, Geuvânio, Ravanelli, Jorginho, Fabinho e
Bissoli perderam espaço.

Ao contrário dos antecessores, Dorival Júnior e Eduardo Barros, que trocavam peças da equipe titular com frequência de uma partida para outra, Autuori aos poucos estabeleceu uma espinha dorsal fixa.

Autuori também foi fundamental no resgate de jogadores que vinham sendo duramente contestados, como lateral-esquerdo Abner, o meia Fernando Canesin e o atacante Carlos Eduardo, que recuperaram o bom futebol e se tornaram peças importantes do Furacão.

Remanescentes do Athletico campeão e solução ofensiva em Kayzer

Kayzer comemora gol pelo Athletico. Foto: Albari Rosa/Foto Digital/UmDois

Em setembro, o Athletico desembolsou R$ 5 milhões para contratar o atacante Renato Kayzer, que pertencia ao Cruzeiro e vinha sendo o destaque do Atlético-GO na competição.

Rapidamente, o estilo aguerrido e o faro de gols do jogador agradaram à torcida e comissão técnica. Além disso, mostrou afinidade e bom entrosamento com Carlos Eduardo e Nikão.

Remanescente do time campeão da Sul-Americana e da Copa do Brasil, Nikão, aliás, tem papel especial neste elenco. Assim como Santos, Thiago Heleno, Jonathan e Cittadini: identificados com o clube, foram essenciais na retomada na Série A.

Petraglia: não hesitou em reformular o Athletico no meio do caminho

Petraglia agiu rápido quando Athletico afundava. Foto: Albari Rosa/Arquivo/Gazeta do Povo

Quando o Athletico se livrou matematicamente do rebaixamento, após vencer o Ceará, neste mês de fevereiro, Petraglia desabafou. “Felizmente chegamos no número mágico para nos mantermos na elite do futebol brasileiro”, disse.

De todos os anos vividos no Furacão, este foi o que mais sofremos e nos preocupamos”, reforçou.

Se o planejamento no início de temporada o falhou, Petraglia não hesitou em alterar os rumos da equipe com a disputa em andamento, demitindo treinadores, reformulando a diretoria e investindo em reforços para salvar o Furacão.

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