Brasileirão

Athletico usa Casimiro em guerra contra a Globo; saiba como é a parceria entre clube e streamer

O acordo do Athletico com o streamer Casimiro Miguel, anunciado na semana passada, reforça o posicionamento do Furacão na cruzada contra os valores oferecidos pela Globo para o pay-per-view (PPV) do Brasileirão.

continua após a publicidade

A parceria costurada pela empresa LiveMode permite que o fenômeno das redes sociais mostre todas as partidas do Furacão como mandante no campeonato nacional. A primeira transmissão foi no domingo (17), contra o Atlético-MG, pela segunda rodada.

Além dos jogos com Casimiro, via plataforma Twitch, o Athletico também exibe as partidas em que é local no Furacão Live, voltado aos torcedores rubro-negros. Ambos os serviços são pagos e custam R$ 9,90 e R$ 24,90, respectivamente.

Uma aproximação que tem a Livemode como personagem fundamental. A empresa de transmissão por streaming é responsável pela operação das partidas do Rubro-Negro no canal do clube. Ao mesmo tempo, também se tornou parceira de Casimiro.

continua após a publicidade

“Acho que, mais do que uma tacada certa, esse acordo mostra claramente que apesar do Athletico ter muita razão na discussão do PPV, ele só perde dinheiro desde que abriu mão da cota que receberia do Premiere”, analisa o jornalista Erich Beting, do site Máquina do Esporte, especializado em negócios do setor.

A Globo não confirma oficialmente, mas o presidente atleticano Mario Celso Petraglia já disse que a cota oferecida para o time girava em torno de R$ 6 milhões. A reportagem apurou que a proposta subiu para R$ 10 milhões na última tentativa de negociação, no ano passado.

Valores que são relativizados mesmo dentro da Globo. Em entrevista recente ao UmDois Esportes, Fernando Manuel Pinto, executivo da emissora, disse que considera justas as críticas do Rubro-Negro: “O Athletico tem uma crítica absolutamente certa, pertinente, sobre o modelo de rateio das verbas de PPV/OTT”.

continua após a publicidade

A nova parceria, embora passe a explorar um novo segmento, ainda em prospecção, mantém o Athletico em patamar abaixo do que teria imediatamente com o Premiere. As receitas no acordo com o streamer carioca virão de uma divisão dos valores auferidos em assinantes e patrocinadores.

O mesmo formato que foi implementado para a transmissão do Carioca por Casimiro Miguel no Twitch em 2022. Ou seja, não há uma “compra” de direitos de transmissão por parte do streamer, como ocorre nas transações convencionais que envolvem clubes e televisões. Mas se constrói uma parceria em busca de dividendos eventuais.

“Qual o valor que um streamer teria para pagar por um direito de transmissão? Isso no mundo ainda não aconteceu”, afirma Beting.

“Neste caso específico, com plataforma fechada, assinaturas e patrocínios são as únicas formas de ter retorno do investimento. E aí quando se compara com o que era garantido no Premiere, o negócio é muito pior”, avalia o especialista no mercado do futebol.

A opção do Athletico por continuar fora do principal PPV do Brasileirão, portanto, trata-se de mais uma oportunidade para marcar seu posicionamento. Uma aposta em um novo modelo de negócio.

Nessa linha, o clube passou a cobrar dos sócios pelo acesso ao Furacão Live, por exemplo. “O negócio precisa parar em pé. É muito caro bancar todas as transmissões”, indica Beting.

Por outro lado, o acordo exclusivo com Casimiro dá ao clube uma chance maior de retorno, considerando o potencial de audiência do jornalista, que coleciona milhões de seguidores em suas redes. No ano passado, o Athletico fez transmissões no Youtube da Jovem Pan e também com outros streamers.

“A chance de criar um público cativo é maior. Mas pulverizar as transmissões cria uma canibalização de uma com a outra e gera confusão ao torcedor”, aponta Beting.

Exit mobile version