Os artífices e autores relembram os gols fundamentais da campanha do título do Athletico em 2001, no Brasileirão:
5/8 – Cruzeiro 1×2 Athletico, por Igor
“O Cruzeiro, que era uma máquina montada, era o time das estrelas e a gente empatando o jogo, com um a menos e o Cruzeiro em cima. Mas a gente fechou a casinha. Numa bola espirrada, lembro até hoje que o Luisão, zagueiro de seleção, estava mais próximo da bola do que eu, mas como ele deu um carrinho consegui dar um toque por cima dele. Tropecei na perna dele e quando levantei a cabeça só estava eu, o Alex e o Cris, meio que catei cavaco e claro que já estava sem força para finalizar quando cheguei perto da área, o Alex sozinho, dei a bola pra ele. Ele quase não tem calma, né? Ele só deu a ‘chapada do Alex’, porque ele só fazia gol assim”.
7/11 – Athletico 6×3 Bahia, por Adauto
“No jogo contra o Bahia, entrei aos 38 minutos do segundo tempo, o jogo estava 3×2. Não digo que o Geninho demorava a me colocar, mas sim que me colocava no momento certo (risos). Esse jogo do Bahia foi importante para se manter em segundo lugar. Entrei, aos 39 sofri a falta. O Kléberson bateu e eu fiz. Foi algo de cinco a dez segundos que eu estava em campo e já fiz o gol e nós ganhamos ainda fazendo mais dois no contra-ataque”.
25/11 – Athletico 2×2 Guarani, por Rogério Corrêa
“Até me arrepio de lembrar desse lance, são poucas pessoas que lembram, porque o empate nos deu a vantagem de ficar entre os quatro melhores. Estávamos com dois jogadores a menos, conseguimos empatar com uma cabeçada minha sabe-se lá como. Ali nos deu a vantagem de jogar não só as quartas, mas a semifinal em casa. Fez toda a diferença, até porque nossa torcida era o nosso 12º jogador e foi importante decidir em casa, ter a sequência que tivemos e depois jogar em casa e buscar o nosso título”.
9/12 – Athletico 3×2 Fluminense, por Gustavo
“No jogo do Fluminense foi um gol do trio. Uma bola aérea, o Nem trombou, ele foi muito importante nesse momento, a bola acabou sobrando na minha canhota e eu bati. Eu sacaneei o Rogério que ele tirou o meu gol, mas a bola bate no Rogério e acaba sobrando no Alex, predestinado, ele é nosso ídolo, um cara que faz oito gols em quatro jogos decisivos é iluminado, e ele mandou para as redes. Nós fomos abençoados por estar com ele em campo”.
16/12 – Athletico 4×2 São Caetano, por Alessandro
“Estávamos perdendo. O jogador do São Caetano bateu a falta, a bola bateu em mim e sobrou para o cara na frente e eles fizeram 2×1. Logo em seguida, saímos a bola de pé em pé. Era uma jogada bem característica nossa, ofensivamente falando. Como eu jogava como um ala, tive a felicidade de me apresentar naquele momento num passe do Adriano e pude dar o passe para o Alex fazer o gol, e aquilo foi dando mais confiança pra nós e incendiando a nossa torcida pra que a gente conseguisse fazer o terceiro gol e quarto gol”.
16/12 – Athletico 4×2 São Caetano, por Alex Mineiro
“Acho que o terceiro foi o gol do título. Foi um dos gols mais bonitos do campeonato. Trata-se de uma tabela entre eu, Alessandro e o Souza. O Ale pegou na direita tocou pra trás, eu dei no Souza e já fui infiltrando no meio dos zagueiros e tive a felicidade de sair na frente do Silvio Luis e fazer o gol”.
23/12 – São Caetano 0x1 Athletico, por Fabiano
“No lance do gol do título, quem iniciou a jogada foi o Alex Mineiro. O Kléber fez o pivô, girou e tocou pra mim, que passava passei forte ali na lateral. O detalhe é que a gente já tinha trabalhado esse lance com o Geninho, de sempre bater cruzado por conta do Silvio Luis, que sempre dava o rebote. A bola foi rasante e o Gabiru, que é um fenômeno, deu uma gato lá, atrapalhou o goleiro e o Alex, que iniciou, acabou finalizando depois de um chute meu. Graças a Deus!”.
Sandro Moser é jornalista, escritor, autor da biografia “Sicupira – Vida e gols de um craque chamado Barcímio”. Convidado pelo UmDois Esportes, o atleticano encarou o desafio de recontar a odisseia atleticana que completa 20 anos.